quinta-feira, setembro 20, 2012

Get it while you can




In this world, if you read the papers, darling,
You know everybody's fighting with each other.
You got no one you can count on, dear,
Not even your own brother.
So if someone comes along,
He gonna give you love and affection,

I'd say get it while you can, yeah,
Honey, get it while you can, yeah,
Honey, grab it while you can,
Don't you turn your back on love, no, no, no.

When you're loving somebody, baby,
You're taking a gamble against some sorrow.
But who knows, baby,
'Cause we may not be here tomorrow.
And if anybody comes along,
He gonna give you love and affection,

I'd say get it while you can, yeah!
Honey, grab it when you're gonna need it!
Yeah hey, hold it while you can,
Don't you turn your sweet back on love,
No no no, no no no no no!

Ah! Once I had me a man,
But I didn't know enough at the time
To count my blessings, no no,
But I wish he could see me crying today,
'Cause his love don't feel to listen.
And if anybody comes along,
He gonna give me love and affection,
Yeah, hey!, Hey! Yeah! Hey!
[ Lyrics from: http://www.lyricsfreak.com/j/janis+joplin/get+it+while+you+can_10147421.html ]
Get it while you can, yeah!
Honey, get it while you can, yeah!
Honey, get it while you can,
Don't you turn your back on love,
No no no, no no no no.

Get it while you can, yeah!
Honey, grab it while you can, yeah!
I said, hold on to that man, love,
Hold on to that man whole,
Yeah, get it, want it, need it,
Get it, get it, hold it, need it, want it,
Get it, need it, want it, hold it,
Get it, squeeze it, love it, touch it,
Use it, need it, want it, get it,
Need it, want it, hold it,

Yeah hey, get it while you can, baby,
Yeah hey, get it while you can,
Honey, don't you go and turn your sweet back on love,
No, no, no, no, no, no, no, no, no
No, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no
No, no, daddy, you'll be sorry,
No, no, no, no!

Why, thank you! I don't smoke. I just don't sleep, man, that's the trouble. I gotta sleep sometime. There's too much happening, why sleep, man ? I might miss a party.

Ball and Chain! Ball and Chain! Ball and Chain.

Stay short tonight man, shorten it, shorten it, shorten it.

Three, four!

Yeah!!!

Forgive me mother

"Forgive me mother
for what I want to say

I've been working hard
and I wanted just to play

This is what I say
'If there's a God or two or more
or if there's no God at all
who cares about it ?'

The fact is that we are here now
and there's a lot of work to do
so come on, let's go !!"

Madrid revisited - Ruy Belo

"Não sei talvez nestes cinquenta versos eu consiga o meu propósito
dar nessa forma objectiva e até mesmo impessoal em mim
habitual
a externa ordenação desta cidade onde regresso
Chove sobre estas ruas desolada e espessa como esmiuçada chuva
a tua ausência líquida molhada e por gotículas multiplicada
0 céu entristeceu há uma solidão e uma cor cinzentas
nesta cidade há meses capital do sol núcleo da claridade
É outra esta cidade esta cidade é hoje a tua ausência
uma imensa ausência onde as casas divergiram em diversas ruas
agora tão diversas que uma tal diversidade faz
desta minha cidade outra cidade
A tua ausência são de preferência alguns lugares determinados
como correos ou café gijón certos domingos como este
para os demais normais só para nós secretamente rituais
se neutros para os outros neutros mesmo para mim
antes de em ti herdar particular significado
A tua ausência pesa nestes loca sacra um por um
os quais mais importantes que lugares em si
são simples sítios que em função de ti somente conheci
e agora se erguem pedra a pedra como monumento da ausência
Não vejo aqui o núcleo geográfico administrativo de um país
capital de edifícios centro donde emanam decisões
complexo de museus bancos jardins vida profissional turismo
que um dia conheci e não conheço mais
Aqui só há o facto de eu saber que fui feliz
e hoje tanto o sei que sei que sê-lo o não serei jamais
12 esta a capital mas capital não de um certo país
capital do teu rosto e dos teus olhos a nenhuns outros iguais
ou de um país profundo e próprio como tu
Madrid é eu saber pedra por pedra e passo a passo como te perdi
é uma cidade alheia sendo minha
é uma coisa estranha e conhecida
Abro a janela sobre o largo e o teatro onde estivemos
e onde na desdémona que vi te vi a ti
Não é chuva afinal que cai só cai a tua ausência
chuva bem mais real e pluvial que se chovesse
Mais do que esta cidade é só certa cidade que jamais houvesse
numa medida tal que apenas lá profundamente eu fosse
e nela só a minha dor como uma pedra condensada
de pé deitada ou de qualquer forma coubesse
uma cidade alta como as coisas que perdi
e eu logo perdi apenas conheci
pois mais que a ela conheci-te a ti
Foi de uma altura assim que eu caí
superior à própria torre desse hotel
por muitos suicidas escolhida para fim de vida
Não é esta cidade essa cidade onde vivi
onde fui ao cinema e trabalhei e passeei
e na chama do corpo próprio a mim sem compaixão me consumi
Aqui foi a cidade onde eu te conheci
e logo ao conhecer-te mais que nunca te perdi
Deve haver quase um ano mais que ao ver-te vi
que ao ver-te te não vi e te perdi ao ter-te

Mas a esta cidade muitos dão o nome de madrid"

segunda-feira, setembro 17, 2012

NUESTRO ROLLO

PAVLOV


As linhas com que nos vamos cosendo, tanto na política como no amor.
Dois homens ( que também são mulheres e cães) encontram-se na vida e na morte, numa loja abandonada.
Com as suas agulhas, falam da Europa, de uma cidade na China, de Pavolv e de outras referências.

SILÊNCIO EMBARAÇOSO

Amanhece  e o dia traz consigo nada mais que silêncio e palavras nos seus passos, estes errantes que vão e vêm. Um mundo composto por memórias e esquecimentos, onde a vida ainda corre suspensa  num estado algures entre fragmentos e ruínas.
Este exército  de sombras resiste enquanto empurra a linha da frente para falésias duvidosas., onde a loucura da sabedoria e o conhecimento da loucura se entreolham frente a frente.
Humanos e lixo misturam-se e emergem como um só. Um globo terrestre, uma gaiola de pássaro com um pequeno sino, uma sanita, uma botija de gás … todos este pedaços de lixo saem de um contentor e são arrastados por estes indivíduos desadequados, que são praticamente invisíveis.
E o barulho que sai do silêncio atinge os nossos ouvidos. Todos os olhos seguem o movimento destes objectos  com corpo e destes corpos objectos.
Se prestarmos atenção, podemos também ouvir a sua solidão.

Sevilla

sábado, setembro 15, 2012

Supertramp - It's Raining Again

SOLOS Y ACOMPAÑADO​S


¿Cómo hacía Jorge para calcular el tiempo exacto de la sesión, para que terminara justo en el final de un cuento? ¿Cómo hacía para dejarme colgando de una idea toda la semana? A veces esto me parecía maravilloso, yo tenía siete largos días para pensar acerca del relato, darle mi propia interpretación y bucear en la utilidad que yo podría obtener de ese cuento. Otras veces me parecía odiosísimo no poder sacarle el jugo que yo intuía estaba en la historia, pero que yo no conseguía extraer.
También había veces donde me portaba estúpidamente. Saliendo del consultorio trataba todo el tiempo de descubrir qué me había querido decir el gordo con ese relato... La secuencia posterior era inevitable: yo llegaba a la sesión para "chequear" con Jorge mi "adivinación", y el gordo como era de prever... se ponía furioso.
— ¿Qué mierda te importa lo que yo te quise decir? Lo importante es para qué te sirvió a ti, si es que te sirvió. Esto no es una clase en el colegio y yo no soy el que califica si descubriste o no, lo que quería decir tal o cual cosa. ¡Me cacho! Lo que yo quise decir con lo que dije ES lo que dije: si hubiera querido decir otra cosa seguramente lo que hubiera dicho sería esa otra cosa. Cuando haces esto, Demián, el relato sólo te sirve para poner a prueba tu ego, para alimentar tu vanidad.
"Je, yo lo descubrí... Je, yo me di cuenta... Je, yo pude encontrar el mensaje del cuento... Je, yo soy un idiota". Con la historia del vino convertido en agua, me pasaron un montón de cosas. La primera fue darme cuenta, casi con alivio, que mi planteo estaba equivocado. Que en realidad la tarea terapéutica no terminaba en mí, ni en ningún otro paciente.
Para usar palabras, que mucho después le escuché decir al gordo, cada tipo que crece podría ser un repetidor, un pequeño maestro, el desencadenante de una relación en cadena que en sí misma es capaz de cambiar el mundo. Y cuando estaba por ahí, apareció mi segundo darme cuenta: cuántas veces yo y otros como yo, no nos animamos a hacer algo pensando que es inútil, que nada se puede hacer, porque ¿quién notaría la diferencia si yo actuara así? (como en el cuento...)
Si yo actuara así... y quizás, aunque fuera uno más se animaría pensando como yo, a sumarse y a actuar así, o quizás más humildemente podría ser que alguien notara la actitud diferente y registrara, entonces que existe otra posibilidad. Si yo actuara así, distinto que todos los días, diferente de los demás, quizás, con el tiempo, todas las cosas cambiarían. Y me di cuenta, de que esto pasa todos los días:
Que la gente no paga impuestos porque ¿cuál es la diferencia?
Que la gente no es amable porque ¿quién se va a dar cuenta?
Que la gente no es considerada porque nadie quiere ser el único idiota.
Que la gente no se divierte porque es ridículo reírse solo.
Que la gente no empieza a bailar en las fiestas hasta que otros no lo hacen antes.
...Que no somos más estúpidos porque no tenemos tiempo.
Si yo consiguiera ser fiel a mí mismo, fiel de verdad y continuamente, cuánto más amable, cordial, generoso y gentil sería.
De todo esto venía hablando con Jorge en aquella época, y a medida que hablaba y pensaba en esto, aparecía una y otra vez, sin que yo saliera a buscarla, la idea de quedarme solo; solo y señalado por el dedo ridiculizador de los otros... ...o peor aún, sin siquiera ese dedo ridiculizador...
—Hace algunos años –empezó el gordo— escribí un ensayo que empezaba con esta frase:
"El canal de parto y el ataúd, son dos lugares diseñados sólo para un cuerpo..." Y esto, Demi, quiere señalar –para mí—, que nacemos solos y morimos solos. Esta idea, esta (yo creo) terrible idea, es quizás la más dura de las cosas de las que yo mismo me di cuenta en mi propio proceso de crecimiento. Pero también descubrí, por suerte, que existen los compañeros de ruta: compañeros para un ratito, compañeros para un tiempito más largo y también existen los amigos, los amores, los hermanos; compañeros para toda la vida.
—Sabes, gordo, me hace acordar de aquello que leí alguna vez sobre la pareja:
No camines delante de mí porque podría no seguirte, ni camines detrás de mí, podría perderte. No camines debajo de mí porque podría pisarte, ni camines encima de mí porque podría sentir que me pesas. Camina a mi lado, porque somos pares.
—Claro, Demi, es eso mismo. Este darse cuenta de que nadie puede recorrer por ti tu camino, es fundamental. Tanto, como saber que el camino es más nutritivo si se recorre en compañía. Darme cuenta de quién soy y saberme único, diferente y separado del mundo por el límite de mi piel, no necesariamente quiere decir aislado, ni desolado, ni siquiera autosuficiente.
—Entonces, ¿no se puede vivir sin los otros?
—Depende de lo que tú creas que es vivir en cada momento y de quiénes son los otros, en cada momento. Aquel señor había viajado mucho. A lo largo de su vida, había visitado cientos de países reales e imaginarios. Uno de los viajes que más recordaba era su corta visita al País de las Cucharas Largas. Había llegado a la frontera por casualidad: en el camino de Uvilandia a Parais, había un pequeño desvío hacia el mencionado país; y explorador como era, tomó el desvío. El sinuoso camino terminaba en una sola casa enorme. Al acercarse, notó que la mansión parecía dividida en dos pabellones: un ala Oeste y un ala Esta. Estacionó el auto y se acercó a la casa. En la puerta, un cartel anunciaba:
"PAÍS DE LAS CUCHARAS LARGAS"
"ESTE PEQUEÑO PAÍS CONSTA SÓLO DE DOS
HABITACIONES LLAMADAS NEGRA Y BLANCA. PARA
RECORRERLO, DEBE AVANZAR POR EL PASILLO HASTA QUE
ESTE SE DIVIDE Y DOBLAR A LA DERECHA SI QUIERE
VISITAR LA HABITACION NEGRA, O A LA IZQUIERDA SI LO
QUE QUIERE ES VISITAR LA HABITACION BLANCA."
El hombre avanzó por el pasillo y el azar lo hizo doblar primero a la derecha. Un nuevo corredor de unos cincuenta metros terminaba en una puerta enorme. Desde los primeros pasos por el pasillo, empezó a escuchar los "ayes" y quejidos que venían de la habitación negra. Por un momento las exclamaciones de dolor y sufrimiento lo hicieron dudar, pero siguió adelante. Llegó a la puerta, la abrió y entró. Sentados alrededor de una mesa enorme, había cientos de personas. En el centro de la mesa estaban los manjares más exquisitos que cualquiera podría imaginar y aunque todos tenían una cuchara con la cual alcanzaban el plato central... se estaban muriendo de hambre. El motivo era que las cucharas tenían el doble del largo de su brazo y estaban fijadas a sus manos. De ese modo todos podían servirse, pero nadie podía llevarse el alimento a la boca.
La situación era tan desesperante y los gritos tan desgarradores, que el hombre dio media vuelta y salió casi huyendo del salón. Volvió al hall central y tomó el pasillo de la izquierda que iba a la habitación blanca. Un corredor igual al otro terminaba en una puerta similar. La única diferencia era que, en el camino, no había quejidos, ni lamentos. Al llegar a la puerta, el explorador giró el picaporte y entró en el cuarto. Cientos de personas estaban también sentados en una mesa igual a la de la habitación negra. También en el centro había manjares exquisitos. También cada persona tenía una larga cuchara fijada a su mano... Pero nadie se quejaba ni lamentaba. Nadie estaba muriendo de hambre, porque todos... se daban de comer unos a otros.
El hombre sonrió, se dio media vuelta y salió de la habitación blanca. Cuando escuchó el "clic" de la puerta que se cerraba se encontró de pronto y misteriosamente en su propio auto, manejando camino a Paris...

SOLOS Y ACOMPAÑADO​S


¿Cómo hacía Jorge para calcular el tiempo exacto de la sesión, para que terminara justo en el final de un cuento? ¿Cómo hacía para dejarme colgando de una idea toda la semana? A veces esto me parecía maravilloso, yo tenía siete largos días para pensar acerca del relato, darle mi propia interpretación y bucear en la utilidad que yo podría obtener de ese cuento. Otras veces me parecía odiosísimo no poder sacarle el jugo que yo intuía estaba en la historia, pero que yo no conseguía extraer.
También había veces donde me portaba estúpidamente. Saliendo del consultorio trataba todo el tiempo de descubrir qué me había querido decir el gordo con ese relato... La secuencia posterior era inevitable: yo llegaba a la sesión para "chequear" con Jorge mi "adivinación", y el gordo como era de prever... se ponía furioso.
— ¿Qué mierda te importa lo que yo te quise decir? Lo importante es para qué te sirvió a ti, si es que te sirvió. Esto no es una clase en el colegio y yo no soy el que califica si descubriste o no, lo que quería decir tal o cual cosa. ¡Me cacho! Lo que yo quise decir con lo que dije ES lo que dije: si hubiera querido decir otra cosa seguramente lo que hubiera dicho sería esa otra cosa. Cuando haces esto, Demián, el relato sólo te sirve para poner a prueba tu ego, para alimentar tu vanidad.
"Je, yo lo descubrí... Je, yo me di cuenta... Je, yo pude encontrar el mensaje del cuento... Je, yo soy un idiota". Con la historia del vino convertido en agua, me pasaron un montón de cosas. La primera fue darme cuenta, casi con alivio, que mi planteo estaba equivocado. Que en realidad la tarea terapéutica no terminaba en mí, ni en ningún otro paciente.
Para usar palabras, que mucho después le escuché decir al gordo, cada tipo que crece podría ser un repetidor, un pequeño maestro, el desencadenante de una relación en cadena que en sí misma es capaz de cambiar el mundo. Y cuando estaba por ahí, apareció mi segundo darme cuenta: cuántas veces yo y otros como yo, no nos animamos a hacer algo pensando que es inútil, que nada se puede hacer, porque ¿quién notaría la diferencia si yo actuara así? (como en el cuento...)
Si yo actuara así... y quizás, aunque fuera uno más se animaría pensando como yo, a sumarse y a actuar así, o quizás más humildemente podría ser que alguien notara la actitud diferente y registrara, entonces que existe otra posibilidad. Si yo actuara así, distinto que todos los días, diferente de los demás, quizás, con el tiempo, todas las cosas cambiarían. Y me di cuenta, de que esto pasa todos los días:
Que la gente no paga impuestos porque ¿cuál es la diferencia?
Que la gente no es amable porque ¿quién se va a dar cuenta?
Que la gente no es considerada porque nadie quiere ser el único idiota.
Que la gente no se divierte porque es ridículo reírse solo.
Que la gente no empieza a bailar en las fiestas hasta que otros no lo hacen antes.
...Que no somos más estúpidos porque no tenemos tiempo.
Si yo consiguiera ser fiel a mí mismo, fiel de verdad y continuamente, cuánto más amable, cordial, generoso y gentil sería.
De todo esto venía hablando con Jorge en aquella época, y a medida que hablaba y pensaba en esto, aparecía una y otra vez, sin que yo saliera a buscarla, la idea de quedarme solo; solo y señalado por el dedo ridiculizador de los otros... ...o peor aún, sin siquiera ese dedo ridiculizador...
—Hace algunos años –empezó el gordo— escribí un ensayo que empezaba con esta frase:
"El canal de parto y el ataúd, son dos lugares diseñados sólo para un cuerpo..." Y esto, Demi, quiere señalar –para mí—, que nacemos solos y morimos solos. Esta idea, esta (yo creo) terrible idea, es quizás la más dura de las cosas de las que yo mismo me di cuenta en mi propio proceso de crecimiento. Pero también descubrí, por suerte, que existen los compañeros de ruta: compañeros para un ratito, compañeros para un tiempito más largo y también existen los amigos, los amores, los hermanos; compañeros para toda la vida.
—Sabes, gordo, me hace acordar de aquello que leí alguna vez sobre la pareja:
No camines delante de mí porque podría no seguirte, ni camines detrás de mí, podría perderte. No camines debajo de mí porque podría pisarte, ni camines encima de mí porque podría sentir que me pesas. Camina a mi lado, porque somos pares.
—Claro, Demi, es eso mismo. Este darse cuenta de que nadie puede recorrer por ti tu camino, es fundamental. Tanto, como saber que el camino es más nutritivo si se recorre en compañía. Darme cuenta de quién soy y saberme único, diferente y separado del mundo por el límite de mi piel, no necesariamente quiere decir aislado, ni desolado, ni siquiera autosuficiente.
—Entonces, ¿no se puede vivir sin los otros?
—Depende de lo que tú creas que es vivir en cada momento y de quiénes son los otros, en cada momento. Aquel señor había viajado mucho. A lo largo de su vida, había visitado cientos de países reales e imaginarios. Uno de los viajes que más recordaba era su corta visita al País de las Cucharas Largas. Había llegado a la frontera por casualidad: en el camino de Uvilandia a Parais, había un pequeño desvío hacia el mencionado país; y explorador como era, tomó el desvío. El sinuoso camino terminaba en una sola casa enorme. Al acercarse, notó que la mansión parecía dividida en dos pabellones: un ala Oeste y un ala Esta. Estacionó el auto y se acercó a la casa. En la puerta, un cartel anunciaba:
"PAÍS DE LAS CUCHARAS LARGAS"
"ESTE PEQUEÑO PAÍS CONSTA SÓLO DE DOS
HABITACIONES LLAMADAS NEGRA Y BLANCA. PARA
RECORRERLO, DEBE AVANZAR POR EL PASILLO HASTA QUE
ESTE SE DIVIDE Y DOBLAR A LA DERECHA SI QUIERE
VISITAR LA HABITACION NEGRA, O A LA IZQUIERDA SI LO
QUE QUIERE ES VISITAR LA HABITACION BLANCA."
El hombre avanzó por el pasillo y el azar lo hizo doblar primero a la derecha. Un nuevo corredor de unos cincuenta metros terminaba en una puerta enorme. Desde los primeros pasos por el pasillo, empezó a escuchar los "ayes" y quejidos que venían de la habitación negra. Por un momento las exclamaciones de dolor y sufrimiento lo hicieron dudar, pero siguió adelante. Llegó a la puerta, la abrió y entró. Sentados alrededor de una mesa enorme, había cientos de personas. En el centro de la mesa estaban los manjares más exquisitos que cualquiera podría imaginar y aunque todos tenían una cuchara con la cual alcanzaban el plato central... se estaban muriendo de hambre. El motivo era que las cucharas tenían el doble del largo de su brazo y estaban fijadas a sus manos. De ese modo todos podían servirse, pero nadie podía llevarse el alimento a la boca.
La situación era tan desesperante y los gritos tan desgarradores, que el hombre dio media vuelta y salió casi huyendo del salón. Volvió al hall central y tomó el pasillo de la izquierda que iba a la habitación blanca. Un corredor igual al otro terminaba en una puerta similar. La única diferencia era que, en el camino, no había quejidos, ni lamentos. Al llegar a la puerta, el explorador giró el picaporte y entró en el cuarto. Cientos de personas estaban también sentados en una mesa igual a la de la habitación negra. También en el centro había manjares exquisitos. También cada persona tenía una larga cuchara fijada a su mano... Pero nadie se quejaba ni lamentaba. Nadie estaba muriendo de hambre, porque todos... se daban de comer unos a otros.
El hombre sonrió, se dio media vuelta y salió de la habitación blanca. Cuando escuchó el "clic" de la puerta que se cerraba se encontró de pronto y misteriosamente en su propio auto, manejando camino a Paris...

LAS RANITAS EN LA CREMA

Yo estaba en época de exámenes. Había rendido dos finales y un parcial.
Tenía fecha para   mi siguiente examen en una semana y la materia era muy larga.
—No voy a llegar –le dije a Jorge
—. Es inútil seguir poniendo energía en una causa perdida.   Creo   que   lo   mejor   es   presentarme   con   lo   que      hasta   ahora;   así,   por   lo   menos   si   me   bochan   no   habré desperdiciado esta semana estudiando.
— ¿Conoces el cuento de las dos manitas? –preguntó el gordo.
Había una vez dos ranas que cayeron en un recipiente de crema. Inmediatamente sintieron que se hundían; era imposible nadar o flotar mucho tiempo en esa masa espesa como arenas movedizas. Al principio, las dos patalearon en la crema para llegar al borde del recipiente pero era inútil, sólo conseguían chapotear en el mismo lugar y hundirse. Sintieron que cada vez era más difícil salir a la superficie a respirar. Una de ellas dijo en voz alta:
—No   puedo   más.   Es   imposible   salir   de   aquí,   esta   materia  no   es   para   nadar.   Ya   que   voy   a   morir,   no   veo   para   qué prolongar este dolor. No entiendo qué sentido tiene morir agotada por un esfuerzo estéril. Y dicho esto, dejó de patalear y se hundió con rapidez siendo literalmente tragada por el espeso líquido blanco.
La otra rana, más persistente o quizás más tozuda, se dijo:
— ¡No hay caso! Nada se puede hacer para avanzar en esta cosa. Sin embargo ya que la muerte me llega, prefiero luchar hasta mi último aliento. No quisiera morir un segundo antes de que llegue mi hora. Y siguió pataleando y chapoteando siempre en el mismo lugar, sin avanzar un centímetro. ¡Horas y horas!
Y de pronto... de tanto patalear y agitar, agitar y patalear... La crema, se transformó en manteca. La rana sorprendida dio un salto y patinando llegó hasta el borde del pote. Desde allí, sólo le quedaba ir croando alegremente de regreso a casa.
 
E assim, com a força interior que ainda sinto, vou a nadar até se tornar manteiga!

Protesta

Pecar con el silencio cuando se debe protestar
convierte a los hombres en cobardes.

La humanidad ha avanzado cuando a protestado.
En cuanto se ha alzado la voz en contra de la injusticia
ignorancia y lujuria, la inquisición ha servido a la ley
y las guillotinas han decidido al menos nuestras disputas.

Los pocos que se atreven, deben hablar y hablar nuevamente
para corregir las equivocaciones de los demás.
No existe ningún poder, gracias a Dios, en este gran día y en esta tierra
que pueda burlarse o estrangular nuestro mensaje.

Los medios y nuestra voz puede gritar bien alto
desaprobando los males existentes;

Se puede criticar la opresión y condenar
la falta de rigor en las leyes de protección de la riqueza
que permiten que los niños y sus cuidadores tengan que trabajar muy duro
para adquirir la tranquilidad de los vagos millonarios.

Por tanto yo no protesto contra el alarde
de independencia en esta tierra imponente.

No llamaré fuerte a ninguna cadena que tenga un eslabón oxidado.
No llamaré libre a ninguna tierra que tenga un esclavo encadenado.

Hasta que las finas muñecas esposadas de los bebés
queden libres para jugar y ser felices.

Hasta que las madres no tengan que aguantar ninguna carga
y salven lo precioso dentro de su corazón.

Hasta que el reino de Dios sea rescatado de las garras de la codicia
y vuelva a ser trabajado
no dejaré a ningún hombre llamar a esta la tierra de la libertad.



Ella Wheeler Wilcox