domingo, março 25, 2007

Lar Avenida San Luis (Madrid)

Cada dia que passa, gosto cada vez mais de trabalhar com idosos. São especiais não só porque são velhos, mas também pela personalidade, que fica exacerbada. Gosto da variedade que apresentam. Uns tem delírio das grandezas, outros Alzheimer, outros deprimidos, outros são agressivos, outros com auto-estima baixa, outros que querem fugir e que amarram lençois, como nos filmes, para saltar da janela em cuecas. A Angela está sempre a chorar, não se pode falar com ela, porque começa imediatamente a chorar! Eu digo-lhe, "Voy a ponerte el nombre de llorona!" e ela pergunta porque?, a chorar! O Jesus tem a mania que é poeta, a Rufina com a mania que é torpe. A Maruja é brutalmente critica em relação a tudo, nada está bem. A Maria pastor é deliciosamente alegre. A Demetria é insuportávelmente mal fodida, ninguém a pode aturar. A Patri é uma senhora. A Elisa é boa pessoa, mas emociona-se muito porque perdeu o marido que era tão bom para ela. A Délia, em tom de queixa, delira que lhe estão a apalpar as mamas, e tem um inimigo de morte, que é o Teófilo, que lhe chama Puta, porca e outras tantas. O Andrés, só gosta de fazer contas, a cabeça já não dá para mais, mas é bem disposto e acha piada ás barbaridades que a Mercedes diz (demência). A Josefina faz puzelles e não dá problemas, é uma querida. A Maria, uma das minhas preferidas, tem Alzheimer, e é deliciosa! Aplicar as actividades de memória pode ser um bocado bem passado a rir. Os velhos de Madrid são muito mais interessantes que os velhos de Alcobaça, com certeza.

O que aprendi em Cuba

Compreendo que a posição política e económica de Cuba possa ser inspiradora e até um sonho para os demais países! A fatalidade de sermos governados pelos EUA, precipita-nos a sonhar com a radicalização que Fidel implementou naquela pequena ilha (prisão). Quanto ao indice de alfabetismo, não creio que seja o melhor, porque leva a que os cubanos sejam mais conscientes da miséria de vida que tem que viver anos a fio, até que surja uma oportunidade de fugir, e digo literalmente fugir, porque estão de facto retidos numa ilha país. Em relação aos hospitais, a situação não é tão boa como pintam, tem de facto bons médicos, mas a saúde está longe de chegar a todos, como apregoa o socialismo vigente! Quando estive em Cuba ofereci 10 euros ao Sr Nestor, para subornar o médico que supostamente o devia operar há um ano! Ninguém tem onde cair morto, tem que fazer-se a vida, inventar de tudo para ganhar 1 euro por dia, se tiver de maré! Ali, a esmagadora maioria, não tem onde cair morto, tem que fazer-se a vida, inventar de tudo para ganhar 1 euro. De facto, tudo o que Cuba possui é de Cuba, e que beneficios trás isso aos Cubanos? O orgulho nacional e a luta contra o maior império actual, fazem com que as pessoas tenham casas a cair de podre, obrigados a viver uma vida miserável, de condições desumanas, como usar um buraco, que nem casa de banho se pode chamar, utilizado por 100 pessoas que vivem no mesmo prédio. Todos os dias comem arroz com feijão, se for um bom dia, claro está. Outros poucos, não tem uma vida miserável, pelo contrário, disfrutam de uma vida de regalias proporcionado pelo Partido vigente. Viva o socialismo para os poucos Cubanos que dele usufruem. E as putas? A prostituição entre mulheres e homens é um dos oficios mais rentáveis de cuba. Ganham uma pasta, que dura escassos dias, sustentando os companheiros e os filhos, que não tem onde cair mortos. Turismo é uma das maiores receitas que revertem para o estado, porque tudo é de Fidel Castro, todos os cafés, restaurantes, teatros, as casas das pessoas, os carros, as bicicletas. E, a condição dos Turistas que são tratados como uma população acima da população da ilha. Entram em qualquer loja, á frente de qualquer cubano, sejam crianças ou velhos. Obviamente, que convêm reter a maior quantidade dinheiro possivel dos turistas e esses tem de facto dinheiro, que vai directamente, para os cofres do Estado Cubano. O que não se percebe é onde é investido esse rendimento. Os ordenados são pagos em Pesos Cubanos, que tem que cambiar por Pesos Convertíveis, (moeda usada por turistas, com um valor aproximado ao Euro), tendo em conta que um litro de leite custa 2 Euros e o ordenado máximo é 10 Euros.

Escritura

Nos ultimos meses, a preguiça de escrever acompanha-me a par e passo. A vontade não se manifesta e eu não forço. A inspiração não surge, o que torna o meu blog, quase num fotolog! Quero comentar a minha viagem a cuba, os meus velhinhos de Madrid e a minha casa, mas a vontade não quer, parece que a alma não pede escrita. Lamentando a falta de inspiração e na tentativa de dinamizar o meu blog, sugiro que escrevam uma história sobre as fotos que lhe pareçam dignas disso! Podem inventar uma história, fazer comentários parcos em palavras, ou até mandar-me á merda, se vos apetecer!

O policia Brasileiro

No desenrolar da conversa, descobri que tinha em casa um ex-policia brasileiro, ameaçado de morte no brasil!

TALISMÃ

Talismã é tão só uma casa de Swing em Madrid!
Ao chegar deixamos os casacos e descemos ao vestiário! Logo, em toalha percorremos as várias salas disponiveis.
Gemidos, minetes,broches, quecas, repicavam no ar! Outros passeavam-se com a toalhinha envolvida, outros, mais despreocupados passeavam-se nus, pilas e mamas, mais gemidos ao fundo da sala. Aproximano-nos de uma cama, observo, envolta no meio ambiente de gemidos e prazer alheio.
Talvez seja por isso que as pessoas frequentem o espaço swing, para disfrutar do prazer alheio, dar uma olhadela na queca que se desenrola ao seu lado, e misturar-se num ápice.
Uma das noites mais arrojadas de Madrid.

sábado, março 17, 2007

Lucas

Lucas posteriormente imortalizado pelo trabalho do Arka.

Armadura

O atelier da Ana de Madrid. Mais uma artista na minha vida.

La Pampa

O café mais paroilo do bairro, com personagens deliciosas.

Ruben e mão de jesus

Eva

Eu sejo

quinta-feira, março 08, 2007

Criancinhas

A criancinha quer Playstation. A gente dá. A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa. A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate. A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha. A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente. A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando. A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua. Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher. Desperta.É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares. A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada. A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira. A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu». A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias». Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos. Miguel Carvalho 1 de Março de 2007

Triologia suja de Havana

"Só que, por acaso, somos os dois do mesmo bairro: El Palenque. Há anos que não vivo lá. É um amontoado de de casas de lata, tábuas podres e de tiras de plástico. Ao lado do Rio Quibú que cheira a merda desde que Deus o fez. Desde Criança que eu pensava que todos os rios eram de merda. Quando vi um de água, fiquei assombrado e perguntei como é que separavam a merda e a lama para deixá-lo tão limpo. "
Pedro Juan Gutiérrez

quarta-feira, março 07, 2007

Notícias de Madrid

Achei pertinente a notícia do referenciado jornal grátis!
Fiquei deliciada, com o facto de saber que os espanhóis não usam papel higiénico quanto baste, aliás, bem a baixo da média!
A minha pergunta é como farão para limpar o cú todos os santos dias?

ELEVADOR

DELIA (DELIRIO DAS TETAS)

RAMIRO

ANGELA

Pede-se o favor de virar o monitor PATRI

MARIA SANZ

SEMPRE MARIA

RUFINA

MARIA

OS MEUS VELHINHOS DE MADRID