sexta-feira, abril 15, 2011

Soeiro Pereira Gomes



Escritor, político, cidadão, luta contra o regime salazarista e defende a causa dos explorados e oprimidos. Foi um dos mais coerentes e claros exemplos da ficção neo-realista em Portugal.

Debruça-se sobre o ambiente dos meios industriais e sobre a transição das populações do campo para a cidade. "Engrenagem", que é um romance inacabado, centra-se nesta transição, esquematizando o impacto da implantação de uma fábrica num ambiente rural. Nele também se abordam os problemas causados pelo impacto ambiental da industrialização.

No entanto, a sua obra maior é "Esteiros", publicado em 1941, com ilustração de Álvaro Cunhal. «Dedicado aos "filhos dos homens que nunca foram meninos" o romance acompanha (...) as deambulações de um grupo de miúdos (...), cuja condição social lhes impõe, em vez da escola, o trabalho numa rudimentar fábrica de tijolos à beira-Tejo. É certo que algum primarismo de processos construtivos, bem como algum esquematismo, são reconhecíveis no romance (...). Tudo isso, porém, "Esteiros" transcende pela terrível verdade humana de um grupo de crianças que responde à violência do sistema social através de uma solidariedade alimentada por uma permanente derrogação à moral social dominante (...)» (in http://www.citi.pt/)

Grande fumador, acaba por ser vítima de cancro pulmonar, agravado pelas dificuldades da vida clandestina. Encontra-se sepultado em Espinho, terra que o acolheu durante a infância. Da sua sepultura consta o seguinte epitáfio "A TUA LUTA FOI DÁDIVA TOTAL".

Falamos de Soeiro Pereira Gomes, quando passam 102 anos do seu nascimento.

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