quinta-feira, dezembro 18, 2008

A ÚLTIMA CARTA (na minha posse) DA NAMORA D.

JOÃO
Peço a Deus que estejas bem, já que a mim as coisas me não têm corrido favorávelmente.
Após te teres ido embora naquele domingo, mais o Quim, meu irmão influênciado em parte, pela minha cunhada, fêz-me tal barulho e tal inferno como nunca me lembro, resultado: nem cheguei a tirar as coisas da porta, agarrei na mala, e vime embora, não pondo lá mais os pés.
Podes fazer ideia o que se tem passado durante toda a semana, e continua a passar, pedi à Eva o favor de me receber a tua carta, que me intregou na quinta-feira ao meio dia, agora quando escreveres escreve para aqui: - Rua Afonso de Albuquerque 109 que é a a minha casa.
Deixei lá na minha gaveta o papel em que estivestes-te a escrever, pedi à Eva que mo trousse-se, mas diz que lá não está, não chegando assim a perceber bem as últimas linhas que escreves-te na tua carta.
Agora João peço-te que me mandes essa fotografia que te dei, pois como já sabes é a única que tenho com essa idade e com o cabelo comprido, meus irmãos agora, não sei bem porquê, pediram-ma, com o preteisto de por ela mandarem fazer uma grande, para ficarem com recordação minha, como quero evitar mais diálogos aborrecidos, manda-me, pois eu assim que poder deou-te uma destas recentes, essa está escrita, mas eu cá me arranjo, agora desculpei-me que a tinha emprestádo a uma amiga.
Deixa que te felicite por teres mais uma maninha, ainda bem que tudo correu bem, não tens que pedir desculpa, pois eu é que não percebi o sinal que me fizeste, além disso também não gostava de me encontrar contigo quando sai-se da loja, pois bem vês não parecia bem, por isso ainda bem, que também não podes-te, pois esperarias e não falarias comigo.
Tenho passado uns dias bastante tristes e aborrecidos, por vezes depois de tanto penssar, apodera-se de mim um medo, medo nem sei de mesmo de quê, pois não sou medrosa, mas tudo passa ao lembrar-me de momento, que Deus me há-de ajudar e fazer tudo pelo melhor, e conforme é boa a minha intenção, nada neste mundo se consegue sem sofrimento, e é isso que me dá um pouco de alívio e conforto, para poder continuar neste "pensar-sonho" que me leva embora por momentos a esquecer-me de tudo - até dos próprios obstáculos. está bem?
Não me tornes a chamar beldade pois essa palavra não sou-a bem na nossa amizade.
Sou a que muito te deseja.
Se poderes, escreve de forma a eu receber sábado.
Adeus
D....

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