quinta-feira, agosto 04, 2011

FESTIVAL MÚSICAS DO MUNDO - SINES 2011
















É um festival de música realizado no concelho de Sines, Alentejo Litoral, Portugal, todos os meses de Julho. Uma organização da Câmara Municipal de Sines, o FMM é um festival não comercial povoado por espectadores-descobridores. Os principais princípios da sua identidade são a qualidade e diversidade do programa apresentado, o charme dos espaços onde se realiza, o espírito único que, com o seu público, foi conquistando ao longo dos anos, e o facto de ser encarado, em primeiro lugar, como um serviço público cultural.

Um festival cuja única “playlist” é o Atlas Universal, o FMM foi criado com a convicção de que a música é muito maior, muito mais cheia de cores e matizes do que a indústria do “mainstream” faz supor. Com todas as ambiguidades do termo, o FMM pode ser enquadrado na área da “world music”. Da tradição ao jazz, da folk aos blues, do tango ao reggae, da clássica à fusão, é sobretudo um festival de música sem fronteiras de género.

Há música mais quente que a de uma fanfarra balcânica? Há ritmos mais fulgurantes que os da África Negra? Há “trance music” mais intensa que a árabe ou a indiana? Há vozes mais poderosas que as do “gospel” ou dos corais do Mediterrâneo? No FMM cabem todos os registos, do intimista à “jam” coroada de fogo-de-artifício, mas a música escolhida, mesmo quando é exigente, nunca é música fechada.

O que mais gostei:



Kumpania Algazarra (Portugal)

Seja nas ruas, seja nos palcos, quando a Kumpania aparece a festa começa. Balcânica, latina, jamaicana, universal, a sua música celebra o mundo e a vida.
Sábado | 30 de Julho 2011 | 02h45 | Av. Vasco da Gama
Kumpania Algazarra









Num dos anos mais sombrios do Portugal contemporâneo, o FMM fecha na praia com um dos grupos portugueses mais festivos e solares. Kumpania Algazarra nasceu em 2004 e, em modo “brigada anti-rotina”, começou a percorrer o país com uma música unicamente preocupada em animar a malta. Em 2008, lançou o primeiro disco, com o nome da banda, registo de uma “longa travessia por ruas, jardins, praças, becos, palcos, espaços alternativos e festas improvisadas”.



Nómadas assumidos, cantam em várias línguas e com uma multiplicidade de influências, incluindo as fanfarras balcânicas, as músicas árabes e latinas, o afrobeat e o ska. A fusão é uma bebida energética perfeita para dançar até cair e ser feliz apesar de tudo. Com disco novo prometido para 2011, o encontro fica já marcado para Sines. 


Fazem a festa: Luís Barrocas (voz, saxofone alto e guitarra), Luís Bastos (sax tenor e clarinete), Helder Silva (percussões), Nuno Salvado (acordeão e guitarra), Ricardo Pinto (trompete), Paul H. (trompete), Pedro Pereira (baixo), Francisco Amorim (trombone), Gil Gonçalves (tuba) e Hugo Fontainhas (bateria).


Nathalie Natiembé (Reunião – França)

Transformando o maloya tradicional através de um olhar contemporâneo e pessoal, Nathalie Natiembé é uma das vozes mais originais da música africana de hoje.
Sábado | 30 de Julho 2011 |  18h45 | Castelo
Nathalie Natiembé (c) Christophe Pit









O maloya, estilo musical de Reunião, ilha francesa no Oceano Índico, é marcado pelo som cru dos tambores tradicionais e a clareza do canto em crioulo. Nathalie Natiembé não canta o maloya como foi herdado dos escravos, mas mesmo se rodeada por uma banda que poderia acompanhar um cantor de rock alternativo o que de mais puro tem o maloya mantém-se lá: a textura orgânica, de madeira não tratada, da música verdadeira. 



Buscando inspiração noutras terras do Índico (como Moçambique), mas também na canção francesa, nos blues, na música soul e no rock dos anos 70 que tanto ama, tem o dom de absorver influências mantendo-se íntegra e original. A sua voz de pó, de uma elegância com ressonâncias tribais, parece desprezar a superfície do exótico e preferir a penumbra. 


Chega a Sines com três discos gravados: “Margoz” (2001), “Sankèr” (2005) e “Karma” (2009). No concerto de Sines assume a sua encarnação mais introspectiva e contemporânea, acompanhada de Yann Costa (teclado fender rhodes), Boris Kulenovic (baixo) e Germain Samba (bateria). Uma forte candidata a revelação do festival.




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