sexta-feira, novembro 13, 2009

VIDA DA RUA


INÊS PEDROSA
..." é fácil cair na rua.... Outras vezes fugimos para a rua para não enlouquecer de desalento, para aprender a não esperar mais nada de ninguém, para nunca mais voltarmos a desesperar por amor de alguém. Os que vivem na rua podem cair em buracos, passar fome e frio, estender a mão á má consciência alheia, mas as grilhetas da subserviência e da vaidade não lhes atrapalham os passos. Não dobram a espinha a cargos ou mordomias.
Querem mete-los em camaratas, fechá-los no recanto da caridade com uma sopa e um catre - e eles continuam a fugir para dormir sobre cartões num passeio da cidade. Porquê? Porque têm as estrelas a seu favor, e a solidadiedadedos que como eles, desistiram da dos cartões e dos deverese da concorrência.
Sem abrigo somos todos nós, e muito mais os que vivem sob o tecto do êxito obrigatório e agarrados às paredes do poder do que os que vivem na rua, sem nada e sem medo."


Já dizia o finado AUGUSTO DA VESTIARIA: "Malucos são vocês, que vão trabalhar todos os dias!"

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