"Tudo comeca na antiga Pérsia, com a história do Rei Shariar. Ele descobre que está sendo traído pela esposa, que tem um servo como amante e, enfurecido, mata os dois. Depois, toma uma decisão terrível: cada noite, vai casar-se com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenar sua execução, para nunca mais ser traído. Assim procede por três anos, causando medo e lamentações em todo o Reino. Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro, a bela e sábia Sherazade, diz ao pai que tem um plano para acabar com a barbárie do rei. Para aplicá-lo, porém, ela precisa de se casar com ele. Horrorizado, o pai tenta convencer a filha a desistir da ideia, mas Sherazade está decidida a acabar de vez com a maldição que aterrorizava a cidade. Na noite de núpcias, Sherazade começa então a narrar uma intrigante história que cativa a atenção do rei, mas não tem tempo de acabar antes do amanhecer. Curioso por saber o fim do conto, Shariar concede-lhe mais um dia de vida. Esta seria a primeira de mil e uma noites. As histórias de Sherazade, muito envolventes, são sempre interrompidas na parte mais interessante. Assim, dia após dia, a sua morte vai sendo adiada. A história de Sherazade não tem autor. As histórias de "As Mil e uma Noites" eram contadas de uma pessoa para outra e ninguém sabe quem as inventou. Fazem parte da tradição oral do povo árabe, com os seus contadores de histórias que reuniam multidões nas ruas e mercados. A primeira versão do livro, "Mil Contos", surgiu na Pérsia, actual Irão, por volta do séc. X. O nome que conhecemos só veio depois, com os árabes. Muito supersticiosos, eles acreditavam que números redondos atraiam coisas ruins e mudaram o nome para "As Mil e uma Noites". Dada a extensão da obra, vamos apenas adaptar a história de Sinbad, o Marinheiro (mesmo assim, correspondendo a 8 das 1001 noites): " Fizemo-nos à vela tomámos o rumo das Índias Orientais pelo Golfo Pérsico (...). Para além desse golfo, há o mar do Levante, isto é, o mar das Índias que é muito extenso (...)"
sexta-feira, dezembro 12, 2008
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